Há dias assim. Dias em que as gotas caem e eu não posso fazer nada, dias em que as ondas chegam à costa sem esperar por mim.
É o tempo a passar e eu sem o apanhar. Vejo-o, estico-me mas não lhe chego. Por mais que tente não consigo alcansá-lo.
Uma após outra caem, fazem-me sentir a sua passagem mas escapam-me. Tão ou mais depressa do que quando em mim aterram. Apropriam-se de mim, do meu corpo, para depois dele saírem. Será justo? Será justo chegarem assim? Partirem assim? O que hei de fazer? E lá vão elas, lá vai ele, por ali, sem parar…