Azul e branco. Cinzento. Branco.
Caminhavam ao meu lado. Contornavam as gotas que começavam a cair do céu azul. Lentamente até que, pouco depois, o passo aumentava. Não queriam mas não conseguiam. Tentavam, é certo, mas sem sucesso. ‘sou um falhado’, pensava ele. Mas era inevitável.
Ao mesmo tempo, do outro lado da estrada, lá caminhava ela. Com botas castanhas e um chapéu azul, meio transparente. Parecia concentrada na coordenação dos seus passos com os padrões do passeio.
Cruzaram-se, olharam-se e viraram as costas. Nunca mais se viram – será?
Tinham como ponto comum a chuva que neles caía. Ele, com os cabelos molhados e uma necessidade urgente de abrigo. Ela, uma proteção prestes a ceder ao vento, às gotas, às circunstâncias. Queria voar e deixar que os olhares se cruzassem mas a força daqueles cinco dedos era demasiada. Não foi a lado nenhum e, assim, a lado algum eles foram.