Não gosto de dormir. Detesto. Sempre o considerei um verdadeiro desperdício de tempo. Ainda assim, e sobretudo nos dias de hoje, encaro o inevitável ato de me deitar com alguma satisfação.
Escrevo. Adoro escrever. Todos os dias – umas vezes mal, outras bem. Em casa, no autocarro, numa sala de aula, jardim; onde conseguir.
Na maior parte das vezes mal estou a pensar no que digo. As ideias chegam-me em momentos menos oportunos ou na cama, como é o caso. O sítio que eu tanto desprezo mas onde ainda assim a imaginação persiste em visitar-me. Eu rejeito-a ao não querer dormir mais que o necessário, ela não me descarta.
Pelo contrário: alimenta-me. Alimenta-me cada vez mais.